domingo, 24 de dezembro de 2017

MELHORAMENTOS VIÁRIOS EM SÃO GONÇALO PODEM CONTRIBUIR PARA UMA REFINARIA NO COMPERJ

Obra ajudará o Comperj


O Governo do Estado anunciou e a Prefeitura de São Gonçalo comemora mas vai ser difícil convencer a população de que é verdade.  Segundo ambos, a Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, vinculada ao Ministério das Cidades, aprovou a elaboração de estudos e projetos para o corredor rodoviário Neves - Gebara e para a ciclovia Neves – Guaxindiba, em São Gonçalo. O tema é antigo e muito importante para o Comperj, mas desde o anúncio a Linha 3 do Metrô sofre revezes, tendo sido paralisado ainda nos estudos, quando o TCU descobriu indícios de superfaturamento.  O novo projeto terá verba de R$ 2,8 milhões para financiar os estudos necessários.

Melhorar o sistema viário no trecho anunciado já é uma necessidade muito além do Comperj, com ou sem refinaria, e segundo a Secretaria de Estado de Transportes, o projeto do BRS - Bus Rapid Sytem - consiste na criação de um binário aproveitando uma pequena parcela do eixo desativado da antiga ferrovia (mesmo traçado proposto para a Linha 3 do metrô) e o sistema viário do município.

O binário deverá ser composto por faixas exclusivas destinadas ao transporte coletivo, prevê a criação de uma ciclovia ligando os bairros de Neves e Guaxindiba, e os estudos deverão compatibilizar a implantação do corredor rodoviário com a perspectiva de uma futura implantação de um sistema ferroviário de alta capacidade, em via elevada.

A falta de credibilidade da população tem seus motivos. O primeiro dele foi o anúncio, em 2013, feito pela Presidente Dilma Roussef, no Clube Mauá, quando garantiu a construção de um sistema de monotrilho para o trecho Niterói-São Gonçalo-Itaboraí no valor de R$ 2,570 bilhões. Segundo ela, na época, a verba era de R$ 9 milhões para a prefeitura e mais R$ 20 milhões para corredor viário e ciclovia, obras que seriam iniciadas em 2014.

E em 2014, sem ter sido colocado sequer um prego nas obras anunciadas pela presidente, foi a vez do então Prefeito de São Gonçalo, Neilton Mulin, embarcar na lenda, anunciando BRT com estações desde o bairro Gradim até o de Santa Isabel, mais ciclovia, faixa seletiva e... a Linha 3 com direito a passeio pelo antigo ramal ferroviário e fotos com executivos da Caixa Econômica.

Em 2016 o atual prefeito também se comprometeu com o tema. A poucos dias de assumir o mandato na prefeitura gonçalense o então deputado Jose Luiz Nanci, aguardando ser empossado, anunciava um dos principais projetos de seu governo: uma linha de BRT (Bus  Rapid Transit), ligando Alcântara até Neves, com possibilidade de se estender até Niterói.

O projeto do Comperj se desfez, a presidente Dilma não se reelegeu, o ex-prefeito Neilton Mulim está preso e apenas o sonho de solução para os milhares de passageiros que diariamente viajam espremidos em ônibus e perdendo horas de seu dia no trânsito, continua.

Em 2018, desde que assumiu a presidência do Conleste, Rodrigo Neves, Prefeito de Niterói, se repete em cada reunião do consórcio, sobre a necessidade de melhorias no sistema viário gonçalense.

Independente dos novos rumos do Comperj e mesmo sem a amplitude do projeto inicial, os municípios de Itaboraí e São Gonçalo enfrentam um inchaço populacional sem precedentes, principalmente o primeiro, vitima da migração provocada pelo anúncio da Petrobras. Novos bairros e principio de favelização são problemas enfrentados por essas prefeituras.

Em Itaboraí recentemente a prefeitura discutiu o seu Plano de Mobilidade Urbana, em parceria com o Governo do Estado e com a Câmera Metropolitana,  visando a capacitação de técnicos que vão elaborar os planos de mobilidade setoriais dos municípios, atendendo a Lei nº 12.587/2012 que  determina que todos os municípios com mais de 20 mil habitantes são obrigados a elaborar o Plano de Mobilidade Urbana.

Pelo novo projeto do corredor viário a implantação poderá ser feita em fases. Na primeira ocorrerá a construção do corredor exclusivo de transporte, incluindo via exclusiva para ônibus; paradas de ônibus cobertas, espaçadas e escalonadas, de acordo com o destino (Linhas Municipais - BRS1, Intermunicipais - BRS2 e BRS3); construção de calçada e ciclovia ao longo de todo o corredor; sinalizações horizontal, vertical e semafórica, com preferência para o transporte público; iluminação; e arborização.





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