Após 10 anos de um lançamento com repercussão até mundial o Comperj completa uma década de existência sem ter o que comemorar tendo produzido apenas expectativa e escândalo. No entanto a má sorte do empreendimento anunciado em momento político-eleitoral e já refém de uma ampla rede de crimes, tem final com data marcada: 2020, com a entrada em funcionamento da Unidade de Processamento de Gás Natural – UPGN - com início das obras previsto par nos próximos dias.
Alterado radicalmente a partir da retomada das decisões
que estavam em mãos políticas, a Petrobras busca ainda interessados para o chamado Trem1 do projeto, uma
refinaria, negócio que vem sendo discutido em parcerias estratégicas com
grandes empresas internacionais do setor, e que devolveria à Itaboraí o sonho
de uma nova realidade econômica, despertado pelo Comperj.
Os recordes de produção do Pré Sal e o cenário econômico
mundial conspiram em favor do município que já reconhece o novo modelo do
Comperj, longe bastante das expectativas de Eldorado, mas que ainda assim
aguarda com ansiedade esses investimentos que trarão de volta os empregos, a arrecadação e
desenvolvimento da cidade.
A Petrobras em uma virada corajosa, a partir principalmente
das revelações da Operação Lava Jato, paralisou o Projeto Comperj enfrentando a
opinião pública, e nas mãos dos acionistas decidiu manter o foco na produção de
petróleo.
“Os projetos de produção do pré-sal são, hoje, a
principal aposta e foco de investimentos da Petrobras, por sua importância
estratégica e alta rentabilidade. Eles são a garantia, junto aos demais
projetos do nosso portfólio, de maior previsibilidade para as nossas metas e curva
de produção”, afirmou a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, em junho
2016.
Meses depois a estatal sepultava o que restava do
Comperj, com baixa no CNPJ desde setembro de 2013, anunciando em seu Plano de
Negócios 2017-2021, a saída dos negócios petroquímicos. O Comperj, enquanto
complexo deixava de existir como estratégia da empresa agora com mais e maior
responsabilidade societária, deixando as contas das aventuras políticas e dos
assaltos ao projeto para a população de Itaboraí e das cidades vizinhas, que
acreditaram nas promessas políticas de um novo Eldorado.
Uma década depois a nova realidade do Comperj, no
entanto, não é mais tão desanimadora. Se a estatal petista com seus desvarios
seduziu centenas de investidores que arriscaram em Itaboraí e encantou milhares
de militantes ao ponto da cegueira contra os crimes cometidos ali, a nova
Petrobras, ao contrario, se mostra com os pés no chão. Desde o ano passado a empresa
se empenha para concluir no prazo necessário a UPGN que beneficiará o excedente
de gás em seis áreas do pré-sal da Bacia de Santos.
As melhores chances para Itaboraí, no entanto, estão na
capacidade do Comperj para receber uma refinaria de petróleo. Para isso, além
da conjuntura nacional e internacional e os sucessivos recordes de produção do
pré-sal, concorrem ainda todo o investimento já feito pela Petrobras na cidade,
e a infraestrutura iniciada em Itaboraí e municípios vizinhos.
A construção da nova refinaria desde a definição do
projeto, a construção do projeto básico e a aplicação das normas e especificações, se constitui em desenvolvimento imediato para o município que inicia aumento de arrecadação,
gera empregos e faz circular dinheiro na economia local. O dimensionamento de
uma refinaria em Itaboraí não teria o mesmo impacto do projeto inicial do
Comperj, detectado em pelo menos 15 municípios da região, mas alcançaria pelo
menos cinco cidades vizinhas: Tanguá, Cachoeiras de Macacu, Magé, São Gonçalo e
Niterói.
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