A revista piauí ironiza a cidade e traz um Quiz sobre o Comperj |
No primeiro desafio a revista fala do sonho do eldorado de
empregos que foi Itaboraí, desde que foi anunciado um complexo petroquímico no
município. Na época o Comperj e a Petrobras, a partir da descoberta do pré-sal,
foi o carro chefe da recuperação de uma crise que se iniciara em 2008 e o seu
plano de investimento era tido como redenção econômica, com verbas para o PAC,
com a política de conteúdo nacional e a esperança de recuperação da indústria
naval, metalúrgica e da engenharia pesada.
O segundo é a Operação Lava Jato. Foi em 2016 que a força tarefa
começou a investigar as delações de empresários que admitiram superfaturar as obras
do Comperj com propinas a políticos e partidos, crimes que levaram a cadeia importantes
nomes nacional que formava um sub-mundo do crime específico, o de extorsão de
empresários e de propinas para obras de grandes lucros. No mês passado o
Tribunal de Contas da União – TCU - anunciou a contabilização atualizada dos
desvios, com a cifra astronômica de US$ 12,5 bilhões.
As paralisações do Comperj também fizeram parte do Quiz. O empreendimento já teve várias sentenças que condenavam o seu funcionamento, uma das
primeiras, por conta do licenciamento ambiental, chamou a atenção em todo o
mundo. O empreendimento conseguiu em tempo recorde reunir informações altamente
sofisticadas para merecer liberação do Instituto Estadual do Ambiente que
autorizou o desmate de 45 quilômetros quadrados, prevendo um reflorestamento
até agora aguardado.
O desemprego é outra provocação da piauí que expõe o fiasco dos anúncios
sucessivos e repetidos de vaga para todos, que incentivou um êxodo sem
precedentes para Itaboraí e região, além de desestruturar toda a economia
fluminense, como por exemplo, para a Lavoura – a roça perdeu seu tratoristas que
foram seduzidos pelos altos salários oferecidos no Comperj – e com reflexos
desastrosos no ensino acadêmico, onde proliferaram os cursos identificados com
o novo negócio, em detrimento dos tradicionais, como professor, advogado,
médico...
O novo desenho do Comperj, uma central de processamento de GNV com
expectativa de uma nova refinaria também foi incluído no Quiz. É a nuvem do
momento, onde o município espera recuperar pelo menos uma parte do que viu
escorrer pelo ralo. Foi uma chuva de empresas que sumiram após o a desistência do
projeto da Petrobras que deixou milhares de desempregados e dívidas no comércio,
além da frustração do itaboraiense que hoje questiona se não foram enganados
por um plano muito bem construído para desvio de dinheiro publico e um projeto
eleitoral inteligente, capaz de eleger Dilma Roussef.
Mercê do escárnio nacional, a cidade acumula como legado do
Comperj além dos muitos imóveis residenciais e comerciais construídos na sombra
da nuvem do complexo uma história de tristeza e de infelicidade. De políticos apequenados e por isso sem amparo de
ações certamente cabíveis para os seus prejuízos, Itaboraí é um velório de
caixão aberto aonde todos os dias chegam mortos vivos, empreendedores que ainda
resistiam na esperança de recuperar investimentos.
E na memória viva itaboraiense ainda se pranteia outros, já
enterrados, com casos até de suicídio, de personagens que investiram na nuvem
da Petrobras e sucumbiram em um toró de dívidas. Esses preferiram dar fim a
vida a viver a vergonha de ter que usar o velho Caminho dos Velhacos, uma
passagem alternativa, em Venda das Pedras, que os caloteiros, em tempos idos, usavam
para evitar as portas e o dono de um velho armazém local, que cobrava as dívidas
contraídas pelos fregueses.
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