sábado, 16 de dezembro de 2017

REFINARIA TEM MAIS CHANCE


A formalização de uma aliança estratégica da Petrobras com a ExxonMobil Exploration Company traz mais e melhores expectativas para o Comperj ter uma refinaria porque as empresas agora estudam oportunidades e vão avaliar áreas comuns onde possam somar suas experiências nos setores da cadeia de valor da produção de petróleo e gás. A ExxonMobil é a antiga Esso, marca líder no mercado brasileiro de combustíveis por quase 100 anos, e atualmente ocupa a primeira posição entre as petrolíferas privadas mundial.

A união de interesses entre a Petrobras e a ExxonMobil já leva a uma atuação em conjunto em seis blocos offshore na Bacia de Campos e por isso é mais que provável que já tenham até conversado sobre o Comperj, uma demanda permanente da Petrobras, seja pelo volume de obra já construído, pelos investimentos já realizados, ou pela necessidade de refino que o mercado apresenta.

O complexo idealizado pela Petrobras em Itaboraí teve o seu projeto alterado radicalmente mas a estatal não deixa de ter o projeto como uma oportunidade para o futuro. Ela mantém a estrutura da obra onde constrói uma Unidade Processamento de Gás Natural (UPGN), com esperança de aparecerem parceiros interessados com novas propostas para produção de combustíveis e insumo básico para a petroquímica. Entre essas, certamente, está a área de refino, uma necessidade brasileira no momento, frente a estudos que indicam crescimento de 20% na demanda até 2026, poderá estar a refinaria itaboraiense.

No anúncio de seu programa de negócios, em 2016, que previu desinvestimentos de US$ 34,6 bilhões entre 2015 e 2018, a Petrobras já falava da ideia de parcerias para viabilizar investimentos para concluir parque de processamento de petróleo e refinarias já existentes.

Desde 2003 o Repositório Nacional da Universidade Federal de Santa Catarina já previa, com estudo das necessidades crescentes de maciças importações de derivados de petróleo  no decênio 2001-2010 com conseqüente aumento no dispêndio de divisas, no mesmo período, a necessidade da implantação de novas refinarias no Brasil.

Em 2016 foi a vez da Agência Nacional do Petróleo, a ANP, se manifestar também sobre essa necessidade, após estudos do Instituto Brasileiro do Petróleo, o IBP, considerando a falência do Projeto Comperj, apontar para o risco de desabastecimento e aumento nas importações, com previsão para até 2030.

A Petrobras, a partir do crescimento da produção do pré-sal e da decisão de abandonar atividades que não estejam diretamente ligadas a produção, vem mantendo conversas sobre refino com várias empresas,  de várias nacionalidades. Irã, China, Índia, França e EUA, que se sabe, estudam investimentos no Brasil e não existe a possibilidade de que o Comperj não esteja contemplado nos estudos que fazem.

Ultimamente, após se liberar dos grilhões petistas e deixar a situação de refém de empreiteiras, a estatal vem recebendo dos órgãos de análise de riscos internacionais mais e melhores reputação. E é na esteira desse novo tempo da Petrobras e da proximidade com as bacias do pré-sal que se especula, para breve, o anúncio de construção de uma nova refinaria no Estado do Rio, que devido a infraestrutura do Comperj não deixa pensar em outro local para a obra.

Em passo de espera Itaboraí, preocupado principalmente com empregos, comemora agora as obras anunciadas pela Petrobras no Comperj com expectativa de até 5.000 vagas, para diminuir os prejuízos que o município contabiliza desde a sua frustrada transformação em um eldorado, com o término do projeto do complexo.

“Sobre Refinaria...?” perguntou o presidente do Conleste, Rodrigo Neves, prefeito de Niterói, na última reunião do consórcio da Petrobras com a Petrobras, em Maricá, chegando a insistência. Mas a representante da empresa liquidou o assunto dizendo não ter informação sobre e não ter sido autorizada a falar sobre isso.

O governo de Itaboraí e a população do município se mostram motivados e confiantes de que a UPGN em construção seja apenas o início da retomada do complexo e que novos anúncios acontecerão durante 2018. Em Brasília desde o início do mês passado, uma frente parlamentar com 229 deputados, multipartidária  e com representantes de vários estados, liderada pelo deputado Altineu Cortes, acompanha o desenrolar de todo o processo da Petrobras em Itaboraí prometendo intervir nas dificuldades que possam surgir.




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