segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

É A PETROBRAS QUE VOLTA

Pedro Parente já havia dado pistas sobre nova refinaria
Bons ventos, embora ainda timidamente, começam a soprar sobre Itaboraí. É que a Agencia Nacional de Petróleo – ANP – incluiu em sua recente publicação “Oportunidades na Produção e no Abastecimento de Combustíveis no Brasil”, o Comperj, agora como possibilidade de uma refinaria com capacidade de processamento para 159 mil barris/dia, além da retomada da construção da UPGN no Comperj (processamento de 21 milhões de m³ dia de gás natural), já em andamento. No início do mês a Petrobras já havia dado pistas de que a composição com a China National Petroleum Corporation – CNPC -  pode ir além do já contratado.

- Uma das possibilidades do programa de parcerias na área de refino seria aportar os recursos necessários para conclusão do Comperj. Na realidade, seria uma coisa um pouco mais ampla, uma revisão, uma modernização da área de refino do Estado do Rio, que seria permitida, se der certo, com nosso plano de parcerias nessa área - disse o Presidente da Petrobras, Pedro Parente, durante palestra na Associação Comercial do Rio, mas sem detalhar quais investimentos poderiam ser feitos.

As necessidades de Refino no País já vinham sendo apontadas por importantes grupos de estudos internacionais e o Bradesco, há dois anos, sinalizou com pelo menos três novas refinarias. As alterações políticas e de gestão do petróleo nacional que vitimou principalmente a Petrobras com a Operação Lava Jato não deixava prever novas indicações políticas ou partidárias e assim, mesmo com o passivo moral deixado em Itaboraí, nada poderia garantir que esse tipo de investimento pudesse vir a existir em curto prazo.

A própria estatal, em seu Plano de Negócio mais recente, orientava que se dedicaria exclusivamente a prospecção, deixando definitivamente pelo menos a Petroquímica, mas nunca efetivamente se dizendo fora das atividades de refino, deixando sempre a possibilidade de estudar novas formas de parcerias.
A chinesa Shandong Kerui foi o único concorrente a ter sua proposta qualificada pela Petrobras para a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj, o projeto p e a ECB – Empresa Construtora Brasil – mineira de Belo Horizonte e com 65 anos de mercado, já tem contrato de construção do arruamento do Comperj.

A Kerui Petroleum está no Brasil há dois anos, é um grupo industrial abrangente que integra a pesquisa, o desenvolvimento e a fabricação de equipamentos de petróleo, o serviço tecnológico de engenharia de campos petrolíferos e a contratação de mão-de-obra em EPC e o maior fabricante e fornecedor de serviços de equipamentos de petróleo e gás na China.

As oportunidades da ANP abrem novos espaços também para a área empresarial brasileira que poderão surgir em novos nomes, substituindo as tradicionais grandes construtoras. O Tribunal de Contas da União – TCU – não abre mão de reaver os vários milhões de dólares que acusa terem sido desviados das obras do Comperj em superfaturamento, e pode negar idoneidade às figurinhas carimbadas nas obras do porte de uma refinaria.

A Petrobras recentemente se reuniu com prefeitos da região do Comperj e o seu presidente, Pedro Parente, foi estratégico no encontro. Ele comentou a já comentada Unidade de Gás, admitiu interesses em outras etapas do refino e ouviu o discurso repetitivo e de grande apelo político, o do aproveitamento da mão de obra da região.



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