Pedro Parente já havia dado pistas sobre nova refinaria |
Bons ventos, embora ainda timidamente, começam a soprar sobre Itaboraí.
É que a Agencia Nacional de Petróleo – ANP – incluiu em sua recente publicação
“Oportunidades na Produção e no Abastecimento de Combustíveis no Brasil”, o
Comperj, agora como possibilidade de uma refinaria com capacidade de
processamento para 159 mil barris/dia, além da retomada da construção da UPGN
no Comperj (processamento de 21 milhões de m³ dia de gás natural), já em
andamento. No início do mês a Petrobras já havia dado pistas de que a
composição com a China National Petroleum Corporation – CNPC - pode ir além do já contratado.
- Uma das possibilidades do programa de parcerias na área de refino
seria aportar os recursos necessários para conclusão do Comperj. Na realidade,
seria uma coisa um pouco mais ampla, uma revisão, uma modernização da área de
refino do Estado do Rio, que seria permitida, se der certo, com nosso plano de
parcerias nessa área - disse o Presidente da Petrobras, Pedro Parente, durante
palestra na Associação Comercial do Rio, mas sem detalhar quais investimentos
poderiam ser feitos.
As necessidades de Refino no País já vinham sendo apontadas por
importantes grupos de estudos internacionais e o Bradesco, há dois anos,
sinalizou com pelo menos três novas refinarias. As alterações políticas e de
gestão do petróleo nacional que vitimou principalmente a Petrobras com a
Operação Lava Jato não deixava prever novas indicações políticas ou partidárias
e assim, mesmo com o passivo moral deixado em Itaboraí, nada poderia garantir
que esse tipo de investimento pudesse vir a existir em curto prazo.
A própria estatal, em seu Plano de Negócio mais recente, orientava que
se dedicaria exclusivamente a prospecção, deixando definitivamente pelo menos a
Petroquímica, mas nunca efetivamente se dizendo fora das atividades de refino,
deixando sempre a possibilidade de estudar novas formas de parcerias.
A chinesa Shandong Kerui foi o único concorrente a ter sua proposta
qualificada pela Petrobras para a construção da Unidade de Processamento de Gás
Natural do Comperj, o projeto p e a ECB – Empresa Construtora Brasil – mineira
de Belo Horizonte e com 65 anos de mercado, já tem contrato de construção do
arruamento do Comperj.
A Kerui Petroleum está no Brasil há dois anos, é um grupo industrial
abrangente que integra a pesquisa, o desenvolvimento e a fabricação de
equipamentos de petróleo, o serviço tecnológico de engenharia de campos
petrolíferos e a contratação de mão-de-obra em EPC e o maior fabricante e
fornecedor de serviços de equipamentos de petróleo e gás na China.
As oportunidades da ANP abrem novos espaços também para a área
empresarial brasileira que poderão surgir em novos nomes, substituindo as
tradicionais grandes construtoras. O Tribunal de Contas da União – TCU – não
abre mão de reaver os vários milhões de dólares que acusa terem sido desviados
das obras do Comperj em superfaturamento, e pode negar idoneidade às figurinhas
carimbadas nas obras do porte de uma refinaria.
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