segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

PESADELO QUE NUNCA ACABA

Helil quando a força do Comperj lhe sorria

Se já estava ruim para o ex-prefeito Helil Cardozo, agora ficou pior ainda. Ele teve as suas contas rejeitadas do último ano de mandato, pelo Tribunal de Constas do Estado do Rio de Janeiro, o TCR RJ. Helil não apresentou defesa no tribunal e agora dependerá da Câmara Municipal de Itaboraí, que decidirá o destino político dele. A relatora do processo, conselheira substituta Andrea Siqueira Martins, apresentou além de seis irregularidades para justificar seu parecer, e apontou além do descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, 23 impropriedades, 29 determinações e duas recomendações.

Segundo o TCE Helil superestimou a arrecadação do município que vivia ainda as expectativas geradas pelo clima do Comperj e abusou de créditos adicionais ultrapassando os limites da Lei Orçamentária, gerando déficit financeiro de mais de R$114 milhões. Ele ainda deixou de pagar, sem se justificar, as despesas chamadas de “restos a pagar”, que são as despesas já empenhadas no ano.

Na comunicação feita pelo TCE o órgão desqualifica a administração de Helil ressaltando que pelas análises do seu corpo técnico do Tribunal constatou-se a ausência de critérios objetivos no planejamento do orçamento do exercício de 2016, que culminou com descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Eleito com apoio maciço da cúpula do PMDB estadual e contando inclusive com apoio pessoal de Jorge Picianni, Helil foi uma decepção para os itaboraienses que amargavam assistir a classe política nadar em dinheiro com a arrecadação fabulosa que o Comperj produzia e esperavam ver a cidade melhorar. Depois que tomou posse o ex-vereador combativo que era admirado na Câmara, se perdeu provavelmente cumprindo os acordos de campanha, apadrinhado pelo então todo poderoso Eduardo Cunha.

Ameaçado de cassação por irregularidades na campanha e em uma trama que terminou em crime de morte, Helil sobreviveu no mandato e ainda na esteira do Comperj caminhou a passos largos, guiado por Eduardo Cunha em Brasília, figurando em ministérios e palácios, junto das maiores autoridades do País e em delação da Odebrecht, sendo citado como um dos prefeitos que receberam dinheiro indevido, o que ainda se apura na Operação Lava Jato.


Sem a cúpula do PMDB Carioca que o levou à prefeitura Helil buscará nas próximas eleições mais que um cargo, o foro privilegiado. Certamente estará concorrendo visando a Câmara Federal, fortalecendo a bancada extra-oficial que o ex-deputado Eduardo Cunha tentará montar para que melhorem suas chances no emaranhado de acusações que acumula e que o impede de sair detrás das grades.





Nenhum comentário :

Postar um comentário